GABRIEL VENTURA
Um pontapé, é assim que tudo começa, o arrebentar do freio na ladeira, foi esse o efeito da ligação do Patrick em 2019 me chamando pra fazer um som… Eu estava um pouco amargurado com o instrumento fazia um tempo, mas essas músicas sempre tentavam me fazer voltar, só não sabia como seguir dali, estava no topo da ladeira pensando se eu descia ou se voltava para casa. Um empurrão. No primeiro encontro mesmo sem muita intimidade começamos a dividir ideias sem ponto de partida e eu sabia que eu tinha descoberto um caminho ali com ele, assim como quando minha mãe me mostrou a foto do meu avô, eu soube que aquela seria a capa do disco. Então no estúdio do Patrick, o Fazendinha, ainda em 2019 começamos só nós dois a pensar e gravar o que seria o Tarde. O disco tem esse nome por vários motivos, e talvez o menor deles seja tardio, mesmo que por outras razões tenha se tornado, meu avô adorava essa hora do dia e na minha lembrança dele sempre está entardecendo.